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Limpeza profunda de Instalações Comerciais após o surto de COVID-19

Limpeza profunda de Instalações Comerciais após o surto de COVID-19

Introdução

A pandemia mundial que se originou em Wuhan China em Nov/Dez de 2019 se espalhou para mais de 200 países até março de 2020. O SARS-Cov-2 novo coronavírus foi identificado como o patógeno causador do surto. Este coronavírus causa infecções respiratórias que variam de leves para severas. O vírus pode ser transmitido por contato próximo de pessoa para pessoa, e por superfícies contaminadas, conforme foi demonstrado conclusivamente através de relatórios epidemiológicos e resumido pelas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenção e controle de infecções para cuidados da saúde (OMS,2020). Este documento foi desenvolvido para discutir maiores considerações sobre limpeza em instalações comerciais após o incidente do SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença Coronavírus 19 (COVID-19).

SARS-CoV-2/COVID-19 e o risco de infecção

SARS-CoV-2 é um vírus respiratório que causa a doença COVID-19 e é geneticamente similar ao coronavírus SARS que causou um surto de SARS em 2002-2003. Transmissão entre pessoas pode ocorrer quando a pessoa infectada tosse ou espirra (sem cobrir sua tosse/espirro) e gera gotículas contaminadas no ar e a segunda pessoa inala ou engole essas gotículas. A transmissão também ocorre quando as gotículas contaminadas ficam depositadas nas roupas da pessoa ou em superfícies do ambiente. Tocar superfícies ou roupas contaminadas pode resultar em contaminação das mãos. O contato subsequente nos olhos, nariz ou boca da pessoa pode resultar no vírus entrando no corpo onde poderá causar infecção. É importante entender a provável rota de transmissão ao abordar os riscos de higiene ambiental para um patógeno humano.

Limpeza profunda em sua instalação

Após um incidente em uma instalação predial, como uma escola, hotel, aeroporto ou supermercado, uma limpeza profunda no prédio provavelmente não é necessária, mas pode ser recomendada para garantir que o uso subsequente do prédio não resulte em uma disseminação contínua do patógeno e infecções adicionais.

A linha do tempo de sobrevivência do patógeno no ambiente é uma importante consideração na probabilidade de um contínuo risco de infecção, por isso é importante que a limpeza seja um fator de valor junto ao público, para ajudar a garantir aos clientes que a instalação é higiênica e, portanto, segura para entrar.

SARS-CoV-2 e sobrevivência no ambiente

A literatura revisada por Kampf (2020) sobre a sobrevivência ambiental do coronavírus humano determina que o coronavírus pode sobreviver na superfície de ambientes por até 9 dias sob algumas condições, com o tempo médio de sobrevivência de 5 dias. 14 dos 23 estudos revisados apresentaram um tempo de sobrevivência de <5 dias. O gerente da instalação pode considerar a realização de uma limpeza profunda na área onde o recém paciente descoberto passou algum tempo. Isto incluiria áreas onde o paciente passou mais de 5-10 minutos (e.g., toaletes, salas de reunião, auditórios), e pode ter depositado o vírus através de secreções enquanto tossia, falava ou espirrava. Isto pode ajudar a garantir que o patógeno foi eliminado, permitindo que a área seja utilizada de forma segura, sem a preocupação de uma infecção subsequente. Uma limpeza profunda após mais de uma semana da ocorrência do surto é improvável de se encontrar algum vírus que tenha permanecido nas superfícies, mas uma limpeza profunda pode ser recomendada para garantir que a instalação é higiênica e promova paz de espirito.

Proteção dos funcionários durante limpeza profunda do SARS-CoV-2

Ao realizar uma limpeza do ambiente, não está claro qual o nível de equipamento de proteção individual (EPI) é necessário para proteger o funcionário. Algumas empresas assumem o pior cenário imaginável onde o vírus pode estar presente e as atividades de limpeza que podem colocar o funcionário em algum risco de exposição. Adicionalmente, o EPI pode ser necessário para proteger o funcionário da concentração química do desinfetante/limpador quando usar o concentrado. A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) do produto pode ter a orientação necessária sobre EPI para proteger o funcionário dos perigos químicos.

Assim, os funcionários devem, no mínimo, usar luvas. A higiene das mãos deve ser SEMPRE realizada após a remoção das luvas. Uso de máscaras, protetores oculares e/ou avental/jaleco pode ser considerado para proteger a equipe de tocar nos seus rostos, e ajudar a minimizar a contaminação dos seus uniformes. Vestimentas de corpo inteiro, como os usados por alguns profissionais de saúde para procedimentos médicos extremos, não são necessários. A equipe deve ser relembrada que os uniformes utilizados durante a limpeza devem ser removidos antes de sair da instalação e lavados em casa, de preferência com água quente, antes da reutilização. Lembrar também à equipe para transportar o uniforme em saco de plástico fechado.

Como a limpeza pode gerar respingos da superfície que pode estar contaminada com o vírus, o uso de proteção ocular e uma máscara cirúrgica padrão seria apropriado. O uso de protetores respiratório avançados, como respirador N-95 não deveria ser necessário, desde que o funcionário não gere mini gotículas aerossóis (i.e., gotículas com tamanhos menores que 5 microns). No geral, é melhor evitar a geração de gotículas durante a limpeza. Isso é melhor alcançado evitando borrifar líquido diretamente nas superfícies, bem como o uso de spray/borrifadores com pressão, ao menos que essa pressão possa ser minimizada.

Se os funcionários devem ser testados para confirmar se eles não contraíram o SARS-CoV-2 é uma questão não resolvida, e deve ser discutido pelos oficiais de saúde pública locais.

Treinando a Equipe em Práticas de Limpeza

Em geral, práticas de limpeza não precisam mudar de situações sem surto para com surto. Se as práticas de limpeza estabelecidas aceitavelmente abordam o risco diário, durante uma limpeza profunda, as mesmas práticas devem prover um resultado higiênico aceitável. Exceções incluem:

1. Durante uma limpeza diária, um limpador não-desinfetante é usado. Se este é o caso, durante uma limpeza profunda, desinfetantes devem ser incorporados. Somente use um limpador não-desinfetante ou desengordurante se a superfície está muito suja, ou requer pré-limpeza devido a presença de resíduos. O uso de limpadores em superfícies não-sujas pode dar um resultado de higienização aceitável, mas tem maior potencial de contaminação cruzada, que pode ser reduzida significantemente usando desinfetantes. Neste documento, quando a palavra LIMPEZA é utilizada, é implícito que nos referimos ao uso de desinfetantes com propriedades limpadoras (limpadores/desinfetante ou limpador/desinfetante de 1 passo).

2. Se o gerente da instalação quer que superfícies de baixo contato com as mãos (como teto e paredes) sejam desinfetados, pode ser necessário equipamentos especiais ou dispositivos de desinfecção para sala inteira (vapor de peroxido de hidrogênio ou unidades UV-C, para hospitais, por exemplo) como tecnologias adjuntas. O risco de uma infecção contínua de superfícies de baixo contato com as mãos é muito menor que em superfícies de alto contato com as mãos. Esta é uma importante discussão para ter com o gerente da instalação quando estabelecer as práticas de limpeza que a equipe vai seguir. Quaisquer sujidades visíveis nessas superfícies de baixo contato devem ser limpas/desinfetadas.

Independentemente das práticas de limpeza utilizadas, as práticas de limpeza detalhadas devem ser documentadas em materiais de treinamento para prover em auditorias de adesão. O uso de materiais fortes e visuais, com pouco texto, são preferíveis. Pontuar o uso de ferramentas de treinamento e listas de checagem também são preferíveis para dar ao funcionário uma rápida referência quando realizar as tarefas de limpeza. As ferramentas de treinamento devem reforçar a importância de limpar toda a superfície de interesse. Quando limpa uma cadeira, o funcionário pode dedicar bastante tempo limpando o assento e as costas (geralmente de baixo risco), mas não a parte interna da área do braço onde o contato com as mãos é mais provável. Se assegurar que os materiais de treinamento refletem precisamente as áreas de riscos de todas as superfícies a serem limpas é importante.

Práticas de Limpeza durante Limpeza Profunda

Nem a OMS ou CDC dos Estados Unidos fornecem nenhuma informação significativa sobre como a limpeza do ambiente nessas configurações deve ser realizada durante uma limpeza profunda após um surto. Assim, essa seção é baseada na opinião de um expert Diversey.

1. Superfícies sólidas. Superfícies sólidas e não porosas podem ser limpas com um desinfetante que é efetivo contra SARS-CoV-2, vírus similares ou vírus mais resistentes. Desinfetantes com performance altamente limpante são preferíveis já que limpeza mais efetiva reduz o número de micro-organismos que devem ser inativados pelo desinfetante. Qualquer superfície com sujidade pesada deve ser pré-limpa com um limpador não-desinfetante. A ação mecânica fornecida durante a limpeza é um importante elemento para a remoção mecânica da sujidade e organismos patógenos.

2. Superfícies macias. Superfícies macias como carpetes, cortinas, camas e estofamento, não podem ser desinfetados. Lavar superfícies macias é preferível para garantir que os materiais foram higienizados. A Diversey publica orientações de lavagem apropriada para reduzir o risco do SARS-CoV-2. Onde lavagem não pode ser aplicada, extração com água quente pode ser utilizada em carpetes e estofamentos. Para referência, a OSHA recomenda limpeza a vapor de carpetes ou outros itens não-laváveis por 1 minuto a 100 °C ou 5 minutos a 70°C para eventos de contaminação por norovírus. Isto não garante que a superfície esteja desinfetada, mas é a melhor opção. Se nenhuma delas é uma opção, é preferível avaliar o risco representado pela superfície do que descartar a superfície/objeto. Objetos menores podem ser guardados por 2 semanas até a viabilidade de risco de o vírus ter passado.

3. Aplicação de desinfetante. Desinfetante deve ser aplicado no pano de limpeza e então aplicado na superfície para minimizar o risco de respingo do vírus no funcionário. O uso de lenços úmidos descartáveis é geralmente preferível para minimizar os riscos associados a respingos ou processo de lavanderia subsequente. O gerente da instalação pode não querer que os materiais utilizados durante a limpeza sejam reutilizados, e os descartáveis são uma boa opção para atingir este objetivo. No entanto, desde que o CDC indicou que boas práticas para lavanderia na área da saúde são adequadas para lavar tecidos, panos laváveis e também são uma opção aceitável.

Para grandes áreas de limpeza/desinfecção, pode ser necessário utilizar spray de baixa pressão, mas deve ser utilizado com cautela considerando o EPI adicional para os funcionários e pode ainda sim requerer ação mecânica na superfície para garantir eficiência adequada. Toda a desinfecção deve ser feita com pré-limpeza em qualquer superfície com sujidade visível.

4. Ferramentas de limpeza. Ferramentas de limpeza manuais, como varinhas, ferramentas extensoras, e esfregões de chão podem ser contaminados durante a limpeza. Desde que a ferramenta manual seja sólida e não porosa ela pode ser desinfetada após uso, minimizando o risco de uma contaminação subsequente. Ferramentas com alças manuais absorventes não devem ser utilizadas. Esfregões descartáveis podem ser os preferidos para a limpeza do vaso sanitário, pois acredita-se que o SARS-CoV-2 é capaz de ser transmitido pelas fezes.

5. Máquinas de pisos. Máquinas de pisos são consideravelmente complexas considerando seu uso. Atualmente, existem poucas evidencias que elas representam risco de disseminação de patógenos durante a limpeza em um surto. Isto ocorre, pois seu uso não foi estudado em profundidade, então é difícil avaliar de forma geral o risco para higiene durante uma configuração de surto. Em configurações de não-surto, os riscos de higiene associados ao utilizar maquinas de chão são baixas, mas em um surto não é claro se o nível de risco pode mudar. Consequentemente, nós recomendamos uso contínuo de máquinas para pisos, mas reconhecemos que pode haver um risco que não é bem quantificado. Mops são uma alternativa que possivelmente carrega menos riscos, mas também tem uma falta de informação comparando os dois métodos para limpeza do chão. Entre as considerações em usar uma máquina de piso estão:

a. Se todas as superfícies externas da máquina podem ser desinfetadas, para que os operadores não contaminem suas mãos manipulando pads, escovas e rodos. A higiene das mãos deve estar disponível para os operadores da máquina quando suas mãos estiverem contaminadas.

b. O modelo ou marca especifica da máquina espirra gotículas de liquido no ar enquanto o pad ou escova estão em rotação, e que poderiam contaminar o operador da máquina, superfícies de contato ou outras pessoas? Algumas maquinas são desenvolvidas para direcionar gotículas para o chão, mas não está claro se todas maquinas são desenvolvidas de forma similar.

c. O compartimento de aspiração da máquina exausta ar que pode capturar algum vírus presente? Um filtro HEPA padrão de 0.3 micron pode não conter um coronavírus de 0.12-0.15 micron, mas também há uma falta de evidencia investigando esse fator potencial de risco.

6. Aspirar. É similarmente não conclusivo se um vírus no carpete pode ser transportado pelo ar durante a aspiração. Um filtro HEPA padrão captura partículas de 0.3 microns. O coronavírus de 0.12-0.15 microns pode passar pelo filtro padrão HEPA. Contudo, existem dados limitados que sugerem o aumento de risco ao usar aspiradores equipados com filtros HEPA, assim como máquinas de piso, nós recomendamos o uso contínuo de aspiradores, mas sugerimos equipá-los com um filtro HEPA capaz de capturar o vírus. Garantir que o filtro HEPA foi trocado seguindo as recomendações do fabricante também ajuda a evitar riscos em potencial.

7. Validação de limpeza. O uso de marcadores fluorescentes é útil durante o processo de treinamento da equipe para ter prova da competência demonstrada. Durante o processo de limpeza, isto irá providenciar prova do processo, quando uma limpeza real for realizada. O gerente da instalação desejará alguma segurança de que o processo de limpeza foi realmente realizado corretamente e marcadores fluorescentes podem ajudar a demonstrar que superfícies especificas foram limpas apropriadamente.

Referências:
• Kampf G. Todt D, Pfaender S, Steinmann E. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection. 2020; 104: 246-251.
World Health Organization. Q&A on coronaviruses (COVID-19). Retrieved on 12 Mar 2020

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Artigo produzido por: Diversey Brasil

A Diversey tem sido, e sempre será, pioneira e facilitadora da vida. Entregando constantemente tecnologias de higiene e limpeza revolucionárias que oferecem absoluta confiança aos nossos clientes em todos segmentos que atuamos.

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