Origem e impactos do círculo de Sinner:
Muito se ouve falar sobre o famoso Círculo de Sinner, mas você sabe a sua origem e seus reais impactos nos processos de higienização?
Primeiramente em 1959 o químico alemão Herbert Sinner declarou:
“ A limpeza é uma operação que consiste na aplicação de um detergente a uma certa temperatura, durante o tempo necessário para dissolver ou amolecer os resíduos de modo que uma ação mecânica possa removê-los com facilidade!”
Em outras palavras a partir desta definição, houve um grande avanço nos controles dos processos de limpeza.
Nesse sentido foi desenvolvido um gráfico, com a relação dos fatores que impactam os processos de limpeza, onde, o mesmo foi denominado Circulo de Sinner em homenagem ao químico alemão.
Quais são estes fatores que formam o círculo de sinner?
Sem dúvida o objetivo do Dr Hebert, era mostrar que a redução de um fator pode ser compensada por qualquer um dos outros três fatores ( até um certo limite).
Por exemplo: baixa temperatura pode ser compensada por maior ação química, tempo e ação mecânica.
Produzimos um Infográfico em nosso blog sobre: O círculo de Sinner e a sua importância na limpeza.
Círculo de Sinner e seus fatores
Ação Química
Refere-se às reações de saponificação e solubilização de proteínas por produtos alcalinos/cáusticos, enquanto a dissolução de minerais por produtos ácidos.
Ou seja a ação química atua na remoção de resíduos aderentes às superfícies e que são insolúveis em água/ enxágues.
No entanto alguns tipos de metais devem receber atenção durante a higienização:
Aço Inox
- Boa resistência a ácidos e álcalis
- Não resiste a ácido clorídrico
- Resistente ao ácido sulfúrico e ao cloro, dependendo das condições de aplicação
Aço Carbono
- Boa resistência a álcalis
- Não resiste a ácidos
Alumínio e metais macios
- Não resiste a produtos alcalinos, a menos que contenham inibidores de corrosão
- Resistência limitada a ácidos
Em contrapartida conforme às sujidades e suas formas de eliminação, deve-se ter clareza sobre as superfícies que estão aderidas, para a escolha correta do detergente a ser utilizado, buscando-se sempre a integridade física dos equipamentos e sua longevidade produtiva.
- Carboidratos: Não apenas são solúveis em água como também de fácil remoção
- Gorduras/Óleos: Não só são insolúveis em água como também sua remoção é difícil ( polimerização)
- Proteínas: Do mesmo modo são insolúveis em água e de difícil remoção ( desnaturação)
- Saís minerais polivalentes: De maneira idêntica são insolúveis em água e de difícil remoção ( solúveis em ácidos)
Ação mecânica
Em seguida a ação mecânica propicia o contato eficiente entre as sujidades aderidas e a ação química.
Desse modo esta ação pode ser obtida pela esfrega/limpezas manuais ou imprimindo velocidade/turbulência as soluções no processo CIP ( cleaning in place).
No entanto é importante salientar que a velocidade da solução de limpeza tem seu ponto ótimo para a geração de turbulência .
Na limpeza CIP, o números de etapas dependerá das características das sujidades e dos equipamentos/superfícies a serem limpas, bem como da sua resistência química ( exemplo: um processo de limpeza de membranas tem etapas distintas ao processo de limpeza de um pasteurizador, pois, deve-se levar em consideração o controle do pH das soluções e sua ação de detergência ).
Sob o mesmo ponto de vista alguns fatores mecânicos interferem diretamente na qualidade da higienização:
- Acabamentos das superfícies
- Vazão das bombas de avanço e retorno
- Bomba de retorno muito distante do tanque/equipamento que está sendo higienizado
- Modelo e instalação inadequado do Spray Ball
- Volume de solução inadequado
- Presença de agitadores, termômetros, etc…
Ação térmica
Posteriormente a ação térmica é uma importante energia auxiliar no processo de limpeza.
Por exemplo á medida que aumentamos a temperatura da solução de limpeza, até um certo limite, ampliamos a sua eficiência.
Atenção especial deve ser dada às soluções ácidas, pois, existe um teto de temperatura do seu uso, bastante inferior às soluções alcalinas/cáusticas, em função do seu alto risco à integridade física dos equipamentos / guarnições/etc…
Ação do tempo
A ação do tempo define o contato entre as soluções de limpeza/sanitização e a carga de sujidade/microbiológica para que as reações químicas ocorram de forma eficiente.
É certo que as soluções de limpeza são mais eficientes nos minutos iniciais do processo, pois, ao longo da etapa a mesma vai saturando-se com materiais orgânicos das reações químicas e inativando o seu potencial.
Portanto, um processo de limpeza CIP de longo tempo, não necessariamente remete à sua eficiência química, podendo estar gerando custos adicionais ao processo produtivo.
Qual o tempo ideal ?
Em síntese, é primário a interferência do profissional de higienização para a definição de parâmetros adequados às características de produção/sujidade e tamanho do circuito a ser higienizado .
Em outras palavras mais do que custos, a higienização deve ser encarada como uma aliada ao processo produtivo ( não é uma etapa secundária) , podendo gerar competividade no custo final da produção( água, tempo adicional de produção, químicos, energia elétrica e térmica, custos com efluentes , R$xhora/homem, etc…) quando bem gerenciada.
Conclusão
Em conclusão, quando ouvimos falar do Círculo de Sinner, sabemos agora que não é um simples tópico que compõem uma rodada teórica de treinamentos e que o mesmo pode gerar impactos significativos no nosso processo produtivo/custos.
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Na realidade, cada ação requer uma fórmula concreta. Por isso é fundamental entender cada variável, para sempre realizar uma limpeza de qualidade, sem provocar qualquer dano à superfície tratada e ao meio ambiente.
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